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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Diagnóstico e evolução


Em sua fase inicial o ceratocone apresenta-se como um astigmatismo irregular levando o paciente a trocar o grau de astigmatismo com muita freqüência, podendo haver aumento ou redução. O diagnóstico definitivo de ceratocone é feito com base nas características clínicas e com exames objetivos como a topografia corneana (exame que mostra em imagem o formato preciso da córnea). O ceratocone pode ser diagnosticado como de grau I (incipiente), grau II (moderado), grau III (alto) e grau IV (avançado), entretanto atualmente alguns especialistas consideram também grau V (extremo). A morfologia do cone pode ser nipple (pequeno: 5 mm. e próximo ao centro da córnea, oval (mais largo, inferior), ou global (mais de 75% da córnea é afetada).
Na grande maioria dos casos o problema surge na adolescência, podendo evoluir, em geral, até aos 40 (quarenta) anos. Em cerca de 95% dos casos, a estabilização do ceratocone ocorre entre os 30 e 40 anos A evolução do ceratocone é geralmente progressiva, mas não existe um padrão que possa ser adotado. Recomenda-se que sejam feitas visitas periódicas ao especialista para que se possa fazer um acompanhamento detalhado. O paciente deverá ler uma Tabela de Snellen com optotipos em ordem decrescente de tamanho, para que seja avaliada a sua acuidade visual. O exame inicial é pode ser feito através de exame de ceratometria manual, com a presença de astigmatismo irregular. Casos avançados podem exceder a capacidade deste equipamento de medir a curvatura e astigmatismo corneano. Com o uso da lâmpada de fenda (biomicroscópio), o especialista poderá avaliar a córnea e investigar a presença de sinais de ectsia corneana. No ceratocone, a presença de sinais como um anel de pigmentação marrom-amarelado ou verde-oliva, encontrado em torno da metade dos olhos com ceratocone, chamado de Fleischer ring, é causado pelo depósito de óxido de ferro no epitélio corneano, nem sempre detectável, mas possível de ver sob a luz de cobalto. Similarmente, em torno de 50% dos casos há a presença de estrias de Vogt's, finas linhas de estrias ao longo da córnea devido ao seu afinamento e esticamento. Um ceratocone altamente pronunciado, pode criar uma identação da pálpebra inferior em forma de V quando o paciente olha para baixo, conhecido como sinal de Munson.
Um fator que tem contribuido cada vez mais para o diagnóstico precoce do ceratocone é a popularização da cirurgia refrativa, que muitos pacientes procuram para tratar miopia e astigmatismo, pois estes pacientes são orientados a fazer um exame prévio de videoceratoscopia da córnea (topografia computadorizada da superfície da córnea). Os exames mais modernos de topografia da córnea mostram, além dos mapas topográficos, valores paquimétricos (espessura da córnea) e mapas de elevação, os quais ajudam a diagnosticar o ceratocone inicial quando há apenas a suspeita, e assim contra-indicar a cirurgia refrativa nos casos de paquimetria inferiores a 600 μm (micras).
Os modernos equipamentos de topografia de córnea (videoceratoscopia) proporcionam dados extremamente precisos, como:
Espessura corneana paquimetria de inicial (> 506 μm) a avançada (< 446 μm)
Mapas de elevação anterior e posterior da córnea
Ceratometria em diversos pontos da córnea (principais meridianos e média ceratométrica)
Posição do cone em relação ao centro visual e ao centro geométrico da córnea
Eixos dos valores mais curvo e mais plano da córnea

quinta-feira, 12 de junho de 2025

O que é?

 O Queratocone é uma doença ocular comum, mas desconhecida para muitos. Esta palavra é composta de duas palavras gregas: querato ", que significa córnea e" Konos "para indicar cone.


O ceratocone é uma doença degenerativa da córnea devido à fraqueza e emagrecimento da estrutura que perde a sua forma curva e se tornar uma espécie de cone progressivo. Por esta razão, o paciente tem dificuldade na sua visão.

Numa pessoa com visão normal (20/20) a sua córnea é a primeira lente do sistema visual, é  a membrana anterior transparente e o revestimento externo do globo ocular. É transparente, porque as fibras colágenas são paralelas. Permite a refração e transmissão da luz,  actua como uma lente biológica. Num olho saudável, a curva da córnea é como uma cúpula.
A córnea é responsável por cerca de 80% da capacidade de dioptria e seu grau de curvatura depende da ocorrência da maioria dos erros refrativos oculares como miopia, astigmatismo e ceratocone hipermetreopía. A doença tem três estados: leve (grau 1), moderado (grau 2) e grave (grau 3). 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Transplante de Córnea

Casos em que o Ceratonone piore ao ponto onde a correção visual não pode ser mais atingida com óculos e lentes de contato, o afinamento da córnea se torna excessivo, ou cicatrizes corneanas resultantes do uso de lentes de contato tornam-se um problema frequente ou exista a presença de leucoma (opacificação corneana) importante, o Transplante de Córnea se torna necessário.

O Transplante de córnea é o mais bem sucedido entre os transplantes de órgãos sólidos na Medicina. Ceratocone é uma das principais causas de transplante de córnea no Brasil, mas quando adequadamente tratados, menos que 10% dos ceratocones evoluem para transplante.

O Ceratocone está entre as indicações de transplante de córnea com melhor prognóstico. Entretanto, é uma “nova vida” para o paciente e deve ser considerado como última opção.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

O que é ceratocone ?


O que é ceratocone ?
Ceratocone é uma ectasia corneana não inflamatória e auto-limitada, caracterizada por um afinamento progressivo da porção central da córnea. À medida que a córnea vai se tornando afinada o paciente percebe uma baixa da acuidade visual, a qual pode ser moderada ou severa, dependendo da quantidade do tecido corneano afetado.
Muitas pessoas não percebem que têm ceratocone porque este inicia-se insidiosamente como uma miopização e astigmatismo no olho. Esta patologia ocular pode evoluir rapidamente ou em outros casos levar anos para se desenvolver. Esta doença pode afetar severamente nossa forma de perceber o mundo, incluindo tarefas simples como dirigir, assistir TV ou ler um livro.

O ceratocone inicia-se geralmente na adolescência, em média por volta dos 16 anos de idade, embora tenha sido relatado casos de início aos 6 anos de idade. Raramente o ceratocone desenvolve-se após os 30 anos de idade. O ceratocone afeta Inícions e mulheres em igual proporção e em 90 % dos casos afeta ambos os olhos. Em geral a doença desenvolve-se assimetricamente: o diagnóstico da doença no segundo olho ocorre cerca de 5 anos após o diagnóstico no primeiro olho. A doença progride ativamente por 5 a 10 anos, e então pode estabilizar-se por muitos anos. Durante o estágio activo as mudanças podem ser rápidas.

Em um estágio precoce da doença a perda de visão pode ser corrigida pelo uso de óculos; mais tarde o astigmatismo irregular requer correção óptica com o uso de lentes de contacto rígidas. Lentes de contacto rígidas promovem uma superfície de refração uniforme e além disso melhoram a visão.
O exame oftalmológico deve ser realizado anualmente ou mesmo mais frequentemente para monitorar a progressão da doença. Embora muitos pacientes possam continuar lendo e dirigindo, alguns sentirão que a qualidade de vida é adversamente afetada. Cerca de 20 % dos pacientes eventualmente irão necessitar de transplante corneano.


Qual é a etiologia do ceratocone ?
A etiologia proposta para o ceratocone inclui mudanças físicas, bioquímicas e moleculares no tecido corneano, entretanto nenhuma teoria explica completamente os achados clínicos e as associações oculares e não-oculares relacionadas ao ceratocone.
É possível que o ceratocone seja o resultado final de diferentes condições clínicas. Já é bem conhecida a associação com doenças hereditárias, doenças atópicas ( alérgicas ), certas doenças sistêmicas, e o uso prolongado de lentes de contacto.
São encontradas diversas anormalidades bioquímicas e moleculares no ceratocone:

há um processo anormal dos radicais livres e superóxidos no ceratocone;
há um crescimento desorganizado dos aldeídos ou peroxinitritos nestas córneas;
as células que são irreversivelmente danificadas sofrem um processo de apoptose;
as células que são danificadas reversivelmente sofrem um processo de cicatrização ou reparo. Neste processo de reparação, várias enzimas degradativas e fatores reguladores da cicatrização levam a áreas focais de afinamento corneano e fibrose.

Quais são as estatísticas sobre o ceratocone? [Fonte: Nova Contact Lenses]
incidência na população geral: varia de 0,05 % a 0,5 % * distribuição conforme a faixa etária: *
08 a 16 anos: 2,1 %
17 a 27 anos: 25,9 %
27 a 36 anos: 35,6 %
37 a 46 anos: 20,1 %
47 a 56 anos: 11,7 %
57 a 66 anos: 3,0 %
67 a 76 anos: 1,5 %

distribuição conforme o sexo: *
feminino: 38 %
masculino: 62 %
classificação quanto ao tipo do cone:
oval: 60 %
pequeno monte: 40 %
globoso: menos de 1 %

Como se faz o diagnóstico de ceratocone ?
A identificação de um ceratocone moderado ou avançado é razoavelmente fácil. Entretanto, o diagnóstico de ceratocone em suas fases iniciais torna-se mais difícil, requerendo uma cuidadosa história clínica, medidas da acuidade visual e refração, e ainda exames complementares realizados por instrumentação especializada. Geralmente, pacientes com ceratocone têm modificações frequentes nas prescrições dos seus óculos em curto período de tempo e, além disso, os óculos já não fornecem uma correção visual satisfatória. As refrações são frequentemente variáveis e inconsistentes. Pacientes com ceratocone frequentemente relatam diplopia ( visão dupla ) ou poliopia ( visão de vários objectos ) naquele olho afetado, e queixam-se de visão borrada e distorcida tanto para visão de longe quanto para perto. Alguns referem halos em torno das luzes e fotofobia ( sensibilidade anormal à luz ).

Muitos sinais objetivos estão presentes no ceratocone. A retinoscopia mostra reflexo "em tesoura". Com o uso do oftalmoscópio directo percebe-se um sombreamento. O ceratômetro também auxilia no diagnóstico. Os achados ceratométricos iniciais são ausência de paralelismo e inclinação das miras. Estes achados podem ser facilmente confundidos nos casos de ceratocone incipiente.
A redução da acuidade visual em um olho, devido à doença assimétrica no outro olho, pode ser um indício precoce de ceratocone. Este sinal é frequentemente associado com astigmatismo oblíquo.

A topografia corneana computadorizada ou fotoceratoscopia pode fornecer um exame mais acurado da córnea e mostrar irregularidades de qualquer área da córnea. O ceratocone pode resultar em um mapa corneano extremamente complexo e irregular, tipicamente mostrando áreas de irregularidades inferiormente em forma de cone, o qual pode assumir diferentes formas e tamanhos.

O diagnóstico de ceratocone também pode ser feito através do biomicroscópio ou lâmpada de fenda. Através deste instrumento o médico poderá observar muitos dos sinais clássicos do ceratocone:
Anéis de Fleischer: anel de coloração amarelo-amarronzada a verde-oliva, composto de hemossiderina depositada profundamente no epitélio circundando a base do cone.
Linhas de Vogt: são pequenas estrias semelhantes a cerdas de pincel, geralmente verticais embora possam ser oblíquas, localizadas na profundidade do estroma corneano.
Afinamento corneano: um dos critérios propostos para o diagnóstico de ceratocone é o afinamento corneano significante maior que 1/5 da espessura da córnea. À medida que a doença progride o cone é deslocado inferiormente. O ápice do cone é geralmente a área mais afinada.
Cicatrizes corneanas: geralmente não são vistas precocemente, porém com a progressão da doença ocorre ruptura da membrana de Bowman, a qual separa o epitélio do estroma corneano. Opacidades profundas da córnea não são incomuns no ceratocone.
Manchas em redemoinho: podem ocorrer naqueles pacientes que nunca tenham usado lentes de contacto.
Hidropsia: ocorre geralmente nos casos avançados, quando há ruptura da membrana de Descemet e o humor aquoso flui para dentro da córnea tornando-a edemaciada. Quando isso ocorre o paciente relata perda visual aguda e nota-se um ponto esbranquiçado na córnea. Hidropsia causa edema e opacificação. Caso a membrana de Descemet se regenere o edema e a opacificação diminuem. Pacientes com síndrome de Down têm maior incidência de hidropsia. O acto de coçar e friccionar os olhos deve ser evitado nestes pacientes.
Sinal de Munson: este sinal ocorre no ceratocone avançado quando a córnea protui o suficiente para angular a pálpebra inferior quando o paciente olha para baixo.
Reflexo luminoso de Ruzutti: um reflexo luminoso projetado do lado temporal será deslocado além do sulco limbar nasal quando um alto astigmatismo e córnea cônica estão presentes.
Pressão Intra-ocular reduzida: uma baixa pressão intra-ocular geralmente é encontrada como resultado do afinamento corneano e/ou redução da rigidez escleral.


Como se classifica o ceratocone ?
O ceratocone pode ser classificado conforme sua curvatura ou de acordo com a forma do cone:
Baseado na severidade da curvatura:
Discreto: < 45 dioptrias em ambos os meridianos. Moderado: entre 45 a 52 dioptrias em ambos os meridianos. Avançado: > 52 dioptrias em ambos os meridianos.
Severo: > 62 dioptrias em ambos os meridianos.
· Baseado na forma do cone:
Pequeno monte: forma arredondada, com diâmetro pequeno em torno de 5 mm.
Oval: geralmente deslocado inferiormente, com diâmetro > 5 mm. É o tipo mais comumente encontrado no exame de topografia corneana.
Globoso: quando 75 % da córnea está afetada, possui diâmetro maior que 6 mm. É também chamado ceratoglobo, e é o tipo mais difícil para se adaptar lentes de contacto.


Quais são as opções de tratamento disponíveis para o ceratocone ?
O tratamento do ceratocone depende da severidade da condição.

1. Correção óptica:
Inicialmente, os óculos corrigem satisfatoriamente a miopia e astigmatismo. Entretanto, à medida que a doença progride a visão não é mais adequadamente corrigida e requer o uso de lentes de contacto rígidas para promover o aplanamento corneano e fornecer uma visão satisfatória. Tardiamente, quando as lentes de contacto não fornecem boa visão ou há intolerância ao uso das lentes de contacto, está indicado o transplante de córnea.

2. Tratamentos cirúrgicos:
Vários tipos de tratamentos cirúrgicos têm sido propostos para casos de ceratocone:

Ceratoplastia penetrante: o transplante de córnea é o tratamento mais comumente realizado. Neste procedimento a córnea com ceratocone é removida e então a córnea do doador é recolocada e suturada no receptor. Lentes de contacto são geralmente necessárias para fornecer uma melhor acuidade visual.
Ceratoplastia lamelar: a córnea é removida na profundidade do estroma posterior, e um botão de córnea doada é suturado no local. Tal técnica é mais difícil de ser executada e a acuidade visual é inferior àquela obtida com a ceratoplastia penetrante. As desvantagens da técnica incluem vascularização e embaçamento do enxerto.
Excimer laser: recentemente este laser tem sido usado em situações específicas com algum sucesso na remoção de placas de córnea central. Contudo o LASIK é ainda um procedimento experimental e não está claro se é apropriado para o tratamento do ceratocone.
Intacs (Anel de Ferrara no Brasil): este novo procedimento, recentemente aprovado pelo FDA ( Food and Drugs Administration ), envolve um implante de um disco plástico entre as camadas da córnea com a finalidade de aplaná-la e trazê-la à sua forma natural. Todavia os Intacs têm sido utilizados somente nos casos de discreta baixa acuidade visual para perto. Diferentemente dos transplantes, os Intacs corrigem imediatamente a baixa visual do paciente com ceratocone. Outros benefícios incluem o rápido retorno às actividades cotidianas em poucos dias e uma visão mais natural em relação àquela fornecida pelo transplante de córnea. Os Intacs são desenhados para permanecerem no olho, embora possam ser retirados, caso seja necessário. O candidato ideal ao procedimento com Intac é aquele incapaz de usar óculos ou lentes de contacto, e com poucas alterações corneanas.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Transplante Lamelar de Córnea ou Ceratoplastia lamelar profunda (DALK)

Os resultados são excelentes em pacientes com ceratocone, com uma taxa de sucesso superior a 90%.

Segundo o Dr.Gustavo Bonfadini, especialista nesta técnica cirúrgica e desenvolvedor de material cirúrgico para melhorar o resultado desta técnica: “O transplante lamelar profundo é realizado, preservando-se a camada interior da córnea – chamada de endotélio. Essa técnica é importante, por diminuir a probabilidade de rejeição e melhorar os resultados quando comparada a técnica cirúrgica tradicional (Transplante Penetrante).”

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Sintomas do Ceratocone


Os sintomas apresentados pelo paciente com Ceratocone no início da doença são desconforto visual, dor de cabeça, fotofobia, baixa da acuidade visual e troca freqüente das lentes dos óculos. Nas fases mais adiantadas a correção visual com óculos já não resolve e as lentes de contato passam a ser a opção para correção da visão. Entretanto a tolerância às lentes é baixa e a adaptação às mesmas é difícil e às vezes, impossível.

O Ceratocone tem associação freqüente com alergia e o prurido ocular pode ser o gatilho que desencadeia a doença. Em geral, quanto mais precoce o aparecimento da doença, pior o prognóstico. Até há poucos anos o tratamento do Ceratocone consistia na prescrição de óculos ou lentes de contato e quando estes métodos não mais surtiam efeito, o Transplante de Córnea era a única solução possível. Atualmente, com o surgimento do “Cross-Link” do colágeno de córnea e do implante de Anéis Intra-corneanos (Kerarings ®, Anel de Ferrara ® ou Intacs ®), é possível recuperar estes pacientes ainda nas fases iniciais, postergando ou eliminando a necessidade do Transplante de Córnea

O Ceratocone provoca afinamento e deformação da córnea, tornando-a pontuda em formato de cone, gerando diminuição da visão e distorção das imagens, por isso, muitas vezes é diagnosticado erroneamente como miopia ou astigmatismo irregular (distorção da imagem causada pela alteração da curvatura normal da córnea). É uma doença de evolução lenta, geralmente bilateral e de causa desconhecida, que se inicia entre 10 e 22 anos de idade, evoluindo até 35 a 40 anos.
Por isso, ao verificar estes sintomas, o oftalmologista deve solicitar exame de imagem como a Topografia de córnea, (direcionar para a página dos exames, com o cursor na altura do exame: topografia de córnea) que irá fornecer informações adicionais, ajudando em um diagnóstico mais preciso. O diagnóstico inicial vai ser acompanhado da necessidade de usar óculos. Num segundo momento, quando os óculos já não corrigem suficientemente, passa-se para o uso de lentes de contato rígidas.  

segunda-feira, 26 de maio de 2025

O que é ceratocone?


Ceratocone é uma ectasia corneana não inflamatória e auto-limitada, caracterizada por um afinamento progressivo da porção central da córnea. À medida que a córnea vai se tornando afinada o paciente percebe uma baixa da acuidade visual, a qual pode ser moderada ou severa, dependendo da quantidade do tecido corneano afetado.

Muitas pessoas não percebem que tem ceratocone porque este inicia-se insidiosamente como uma miopização e astigmatismo no olho. Esta patologia ocular pode evoluir rapidamente ou em outros casos levar anos para se desenvolver. Esta doença pode afetar severamente nossa forma de perceber o mundo, incluindo tarefas simples como dirigir, assistir TV ou ler um livro.

O ceratocone inicia-se geralmente na adolescência, em média por volta dos 16 anos de idade, embora tenha sido relatado casos de início aos 6 anos de idade. Raramente o ceratocone desenvolve-se após os 30 anos de idade. O ceratocone afeta homens e mulheres em igual proporção e em 90 % dos casos afeta ambos os olhos. Em geral a doença desenvolve-se assimetricamente: o diagnóstico da doença no segundo olho ocorre cerca de 5 anos após o diagnóstico no primeiro olho. A doença progride ativamente por 5 a 10 anos, e então pode estabilizar-se por muitos anos. Durante o estágio ativo as mudanças podem ser rápidas.

Em um estágio precoce da doença a perda de visão pode ser corrigida pelo uso de óculos; mais tarde o astigmatismo irregular requer correção óptica com o uso de lentes de contato rígidas. Lentes de contato rígidas promovem uma superfície de refração uniforme e além disso melhoram a visão.

O exame oftalmológico deve ser realizado anualmente ou mesmo mais freqüentemente para monitorar a progressão da doença.

Embora muitos pacientes possam continuar lendo e dirigindo, alguns sentirão que a qualidade de vida é adversamente afetada. Cerca de 20 % dos pacientes eventualmente irão necessitar de transplante corneano.

Qual é a etiologia do ceratocone ?

A etiologia proposta para o ceratocone inclui mudanças físicas, bioquímicas e moleculares no tecido corneano, entretanto nenhuma teoria explica completamente os achados clínicos e as associações oculares e não-oculares relacionadas ao ceratocone.

É possível que o ceratocone seja o resultado final de diferentes condições clínicas. Já é bem conhecida a associação com doenças hereditárias, doenças atópicas ( alérgicas ), certas doenças sistêmicas, e o uso prolongado de lentes de contato.

São encontradas diversas anormalidades bioquímicas e moleculares no ceratocone:

• há um processo anormal dos radicais livres e superóxidos no ceratocone;

• há um crescimento desorganizado dos aldeídos ou peroxinitritos nestas córneas;

• as células que são irreversivelmente danificadas sofrem um processo de apoptose;

• as células que são danificadas reversivelmente sofrem um processo de cicatrização ou reparo. Neste processo de reparação, várias enzimas degradativas e fatores reguladores da cicatrização levam a áreas focais de afinamento corneano e fibrose.

Quais são as estatísticas sobre o ceratocone ?


• incidência na população geral: varia de 0,05 % a 0,5 % *

• distribuição conforme a faixa etária: *
- 08 a 16 anos: 2,1 %
- 17 a 27 anos: 25,9 %
- 27 a 36 anos: 35,6 %
- 37 a 46 anos: 20,1 %
- 47 a 56 anos: 11,7 %
- 57 a 66 anos: 3,0 %
- 67 a 76 anos: 1,5 %

• distribuição conforme o sexo: *
- feminino: 38 %
- masculino: 62 %

• classificação quanto ao tipo do cone:
- oval: 60 %
- pequeno monte: 40 %
- globoso: menos de 1 %

* Fonte: Nova Contact Lenses â

Tratamentos para Ceratocone - Cross-link ou Corneal Cross-Linking


O “Cross-link ou Corneal Cross-Linking” do colagénio corneano é o mais moderno tratamento do Ceratocone progressivo e da ectasia (distensão da córnea) pós-cirurgia refrativa.

Uma das principais causas do Ceratocone é a fraqueza do colagénio da córnea.

Segundo o especialista nesta cirurgia, Dr. Gustavo Bonfadini, o Cross-link de colagénio corneano (CXL) tem como finalidade criar novas ligações covalentes entre as moléculas de colagénio adjacentes, fortalecendo a córnea e estabilizando o Ceratocone. É uma técnica inovadora e revolucionária que veio para reduzir o número de Transplantes de Córnea no futuro próximo.

A ideia original da reação foto-química entre a vitamina B2 (Riboflavina) e a luz ultravioleta A (UVA) para o enrijecimento e aumento da resistência bio-mecânica da córnea foi descrita pelo Dr. Theo Seiler, MD, PhD (Zurique, Suíça), que publicou os primeiros resultados na década de 90.

Informação retirada daqui

Ceratocone - o que é, tratamentos, avanços

Diferença de Visão com e sem Queratocone


Como se desenvolve o Ceratocone


Você sofre de alergias e, por isso, coça os olhos frequentemente? Fique atento! Esta prática prejudica a sua saúde ocular. “Quem costuma mexer muito nos olhos pode desenvolver de ceratocone, uma doença caracterizada pelo enfraquecimento da córnea, fazendo com que ela perca sua esfericidade e adquira o formato cônico”, explica o oftalmologista Luis Fernando Barros.

O especialista esclarece que quem tem histórico desta enfermidade na família deve ter cuidado redobrado. “O ceratocone pode acometer crianças, mas acontece mais frequentemente entre os 15 e 25 anos. Porém, pessoas com familiares que já sofreram desta patologia têm mais chances de desenvolvê-la ao longo da vida”, observa.

Dr. Luis Fernando Barros afirma que, em fases avançadas, esta enfermidade pode causar visão baixa. “O principal sintoma deste problema é o astigmatismo irregular, assim, é comum que quem sofra da doença tenha que trocar o grau dos óculos ou das lentes de contato com frequência. O ceratocone pode, ainda, desencadear a sensação de vista embaçada. Nos últimos estágios da patologia, é comum que os pacientes tenham muita dificuldade de enxergar”, comenta.

O médico ressalta que o tratamento deste problema é feito em três etapas. “Nas primeiras fases, realizamos procedimentos, para fortalecer a córnea, aliados ao uso de óculos ou lentes de contato, para corrigir o astigmatismo. Em casos mais avançados é feito o implante de um anel intra-estromal na córnea. Por meio deste procedimento, conseguimos corrigir as alterações na curvatura deste tecido. O transplante de córnea é realizado em último caso”, detalha.

Para prevenir esta doença, cuide bem dos seus olhos e vá ao oftalmologista com frequência. “Quem não tem o hábito de coçar os olhos tem menos probabilidade de ter ceratocone. Além disso, é fundamental comparecer a consultas oftalmológicas pelo menos uma vez por ano. Desta forma, é possível acompanhar a saúde ocular e iniciar os tratamentos necessários o mais rápido possível”, conclui o especialista.

Informação retirada daqui

Tratamentos a Laser


O laser é uma excelente alternativa para corrigir as deformidades corneanas geradas pelo ceratocone. Em um tratamento combinado de laser e Crosslinking, mapas de relevo da superfície da córnea são passados para o laser que será programado para fazer um tratamento personalizado para correção das deformidades encontradas.
Áreas mais curvas serão aplainadas, áreas mais planas encurvadas, trazendo o centro da córnea para um formato mais regular que permite uma melhor visão, possibilitando que os óculos passem a contribuir com a qualidade de visão perdida pelas distorções do ceratocone.
Após a correção do laser, o Crosslinking irá fortalecer a córnea no seu novo formato mais regular, estabilizando a evolução do ceratocone. A combinação desses dois tratamentos melhora consideravelmente a qualidade da visão e impede a progressão do ceratocone.

Olho Normal e Olho com Queratocone


Diferença de Visão com e sem Queratocone


Tratamentos do Ceratocone


O único tratamento que impede a progressão do ceratocone chama-se Crosslinking.
Os demais tratamentos visam amenizar as distorções criadas pelo ceratocone na córnea, buscando uma melhora na qualidade da visão.
O Crosslinking fortalece as fibras de ligação de colágeno da córnea, evitando sua deformação. Uma aplicação de Raios UltraVioleta com a Riboflavina é suficiente para a o fortalecimento das ligações das fibras de colágeno, estabilização à evolução da doença.
Os anéis intra-estromais são próteses acrílicas implantadas no interior do tecido corneano, que diminuem as deformidades criadas pelo ceratocone, melhorando a visão.

Tratamento do ceratocone


Hoje em dia, há tantas opções de tratamento do ceratocone que até parece surgir uma nova especialidade. A doença é resultado de uma alteração das fibras de colágeno que, progressivamente, faz com que a córnea adquira formato cônico e irregular, resultando em consequente progressão da miopia e do astigmatismo. De acordo com a National Keratoconus Foundation, nos Estados Unidos, a causa exata da doença ainda é desconhecida. Sabe-se que a genética, o ambiente (alergias, coceiras nos olhos, estresse oxidativo) e fatores hormonais desempenham um papel fundamental para o aparecimento do problema. Tanto que é muito comum durante a puberdade e pode progredir durante a gravidez. Mas também o uso incorreto de lentes de contato – bem como lentes que não transmitem oxigênio adequadamente – pode provocar ceratocone.
Visão embaçada é, geralmente, o sintoma que mais leva o paciente a recorrer a um especialista neste caso. O que, em princípio, parece um astigmatismo elevado, pode se transformar num diagnóstico de ceratocone depois de o paciente ser submetido a uma topografia corneana – exame realizado na fase inicial da doença. Em muitos casos, a doença permanece na fase mais simples, sendo tratada com o uso de óculos de grau.
Globalmente, o ceratocone atinge uma em cada duas mil pessoas, sendo que a forma mais grave pode resultar na perda da visão – exigindo transplante de córnea. Por isso, essa doença ocular preocupa tanto os médicos oftalmologistas, sendo de fundamental importância o diagnóstico precoce para interromper sua progressão e permitir um tratamento mais bem-sucedido.

Tratamentos dependem da gravidade da doença
Em resumo, há cinco fases distintas de tratamento da doença: inicial (que começa com óculos e lentes de contato), moderado e estável, moderado em evolução, avançado e avançado com opacidades (que exige transplante de córnea). Vale a pena conhecer um pouco mais do que cada tecnologia e tratamento oferecem.

Lentes de contato
Tão logo seja diagnosticada a doença, o tratamento pode ser realizado com o uso de lentes de contato ou de óculos. As lentes mais modernas oferecem melhor resultado. A híbrida tem a parte central mais rígida e a periférica gelatinosa. Já as lentes esclerais dão um resultado ainda melhor. Por terem um diâmetro grande, elas se apoiam na parte branca do olho, a esclera, oferecendo mais conforto e segurança.

Lentes intraoculares fácicas
Quando, além do ceratocone, o paciente também tem alto grau de miopia, ele pode se beneficiar muito das lentes intraoculares fácicas. Elas são implantadas no interior dos olhos e podem corrigir até 20 dioptrias (grau). Geralmente essas lentes proporcionam excelente melhora da visão a distância sem necessidade de óculos de grau ou lentes de contato. Há estudos demonstrando que praticamente 80% dos pacientes nunca mais usaram os óculos de grau mesmo tendo passado três anos após a cirurgia nos dois olhos. Alguns poucos pacientes continuaram usando óculos após a cirurgia apenas para ler.

Anéis intracorneanos
Numa fase intermediária, os anéis intracorneanos são indicados para restaurar a asfericidade da córnea, ou seja, para o seu aplainamento. Eles podem melhorar a tolerância às lentes de contato e adiar uma cirurgia. A técnica envolve a inserção de dois segmentos de arco de acrílico especial na córnea. Além da aprovação do FDA (Estados Unidos), recentemente o procedimento foi incluído pela ANVISA nos itens obrigatórios de correção por planos de saúde no Brasil.

Cross linking de colágeno
Dado que o ceratocone é uma alteração nas fibras de colágeno, o cross linking se resume à aplicação de uma vitamina chamada riboflavina (B2) na córnea que, quando exposta à luz ultravioleta a cada cinco minutos durante um total de 30 minutos, estimula novas ligações entre as moléculas de colágeno. A técnica não só endurece a parte anterior da córnea e estabiliza o ceratocone, como em alguns casos proporciona melhor visão. Trata-se de uma alternativa segura e que tem resultado em importantes benefícios para os pacientes. Mais de 100 artigos revisados de várias partes do mundo demonstraram que a efetividade do cross linking gira em torno de 93%.

Método CAP – Contour Ablation Pattern
Com esse tratamento personalizado, o cirurgião utiliza o laser Excimer precisamente controlado para esculpir a córnea e atingir o resultado ideal. Pacientes com mais de 30 anos de idade, visão estável e córneas com espessura suficiente podem se beneficiar muito do método CAP, obtendo resultados muito parecidos com a cirurgia a laser PRK (fazendo uso de óculos). Normalmente, o cross linking é associado a essa modalidade.

Transplante de córnea
O transplante de córnea é uma opção a ser considerada nos estágios mais avançados de ceratocone. Os resultados têm apresentado uma taxa de sucesso superior a 97%. O paciente pode realizar uma cirurgia a laser (LASIK ou PRK) logo após o transplante e ficar menos dependente de óculos ou lentes de contato.

Ceratoplastia lamelar profunda (DALK)
Neste caso, o transplante é realizado tomando-se o cuidado de preservar a camada interior da córnea – chamada de endotélio. Essa técnica tem se destacado por reduzir os casos de rejeição. Havendo qualquer embaçamento da visão depois do transplante, o paciente deve procurar seu médico imediatamente, porque, ainda que haja rejeição, se ela for imediatamente tratada, o paciente recupera 100% da visão.

Laser de femtossegundo
O uso do laser de femtossegundo, que utiliza pulsos de luz no lugar das lâminas de corte, vem surpreendendo tanto a classe médica quanto os pacientes, proporcionando uma cirurgia muito mais precisa e segura, além de garantir uma recuperação mais rápida para os pacientes. Essa tecnologia vem sendo bastante valorizada pelos portadores de ceratocone que desejam melhorar a visão com ou sem lentes de contato. Seu uso também já foi aprovado na realização de transplante de córnea (também conhecido como IEK). Trata-se de um dos maiores avanços na cirurgia de córnea nos últimos 30 anos.

Informação retirada daqui

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Transplante de Endotélio


Nos últimos anos os avanços das modernas técnicas de Transplante de Córnea, revolucionaram o modo como encaramos o transplante, alterando substancialmente as indicações destes procedimentos.

Estas mudanças estão representadas pela tendência mundial de substituir a parte doente da córnea, preservando as estruturas sadias da córnea do paciente.

Os Transplantes Lamelares Profundos difundiram-se, sobretudo nos casos de Ceratocone, com preservação do endotélio do paciente. Também estabeleceu-se o Transplante de Endotélio, quando este se encontrar doente, sobretudo na Ceratopatia Bolhosa Pseudofácica e na Distrofia de Córnea – Fuchs.

O objetivo principal do Transplante Endotelial de Córnea é evitar a remoção total da córnea, trocando apenas a parte interna (endotélio e descemet) que está comprometida. O Endotélio corneano é a camada interna da córnea (película transparente anterior do olho) responsável pela transparência desta.

Normalmente as células do endotélio humano não proliferam. Devido a esta falta de capacidade proliferativa, o tratamento mais comumente preconizado nos casos de disfunção endotelial com perda de transparência da córnea é a ceratoplastia penetrante, também conhecido como Transplante Penetrante de Córnea. Esta técnica, realizada com o olho aberto, tem como desvantagem maior risco de complicação intraoperatória, maior chance de rejeição ou infecção e pode induzir astigmatismo alto e irregular comprometendo a qualidade visual final.

A principal vantagem desta nova técnica está no tempo de recuperação visual, que é muito mais rápido quando comparado ao Transplante Penetrante de Córnea, em torno de 6-12 meses e no DSAEK e DMEK apenas 1-3 meses.

A sigla DSAEK do inglês Descemet Stripping Automated Endothelial Keratoplasty e a sigla DMEK do inglês Descemet Membrane Endothelial Keratoplasty, representam as duas técnicas mais modernas de Transplante de Endotélio sem sutura atualmente.

Como esta técnica deixa uma interface melhor entre córnea do paciente e a córnea doadora, verificamos uma melhora significativa dos resultados visuais, tornando-se assim o método preferido no Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro – IORJ no  tratamento para a Distrofia de Córnea – Fuchs e Ceratopatia Bolhosa em  Pseudofácicos.

Na verdade, não é recomendado o Transplante Penetrante de Córnea padrão para a disfunção endotelial a menos que haja no estroma cicatrizes significativas ou outras contra indicações de outras doenças oculares prévias.

Outra publicação importante do nosso grupo, foi o estudo: “Optimization of Intraocular Lens Constant Improves Refractive Outcomes in Combined Endothelial Keratoplasty and Cataract Surgery”, na revista médica da Academia Americana de Oftalmologia (AAO – Ophthalmology). Neste estudo, o Dr. Gustavo Bonfadini descreveu a melhoria dos resultados refrativos de pacientes submetidos à Cirurgia de Catarata na mesma cirurgia do Transplante Endotelial de Córnea (DSAEK) em pacientes portadores de Distrofia Endotelial de Fuchs.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

O que é o Queratocone?

Queratocone — A córnea torna-se gradualmente distorcida, mais fina e com a forma de um cone.



O Que é o Ceratocone?


Ceratocone é uma doença ocular que afeta a estrutura da córnea. A córnea é o tecido transparente que cobre a frente do olho.

A forma da córnea muda lentamente a partir da forma redonda normal a uma forma de cone. O olho protrai para fora. Isso causa problemas de visão.

Causas
A causa é desconhecida, mas a tendência para desenvolver ceratocone provavelmente está presente desde o nascimento. Ceratocone é pensado para envolver um defeito no colágeno, o tecido que proporciona maior resistência à córnea e dá-lhe a sua forma.

Alguns investigadores acreditam que a alergia e coçar os olhos pode jogar acelerar danos.

Há uma ligação entre ceratocone e síndrome de Down .

Sintomas
O primeiro sintoma é o embaçamento da visão que não pode ser corrigido com óculos. Com o tempo, você pode ter halos no olho, brilho, ou outros problemas de visão noturna.  

A maioria das pessoas que desenvolvem o ceratocone tem uma história de ser míope . A miopia tende a piorar ao longo do tempo. Com o problema a agravar-se, o astigmatismo desenvolve-se.

Exames e testes
O Ceratocone é muitas vezes descoberto durante a adolescência. O teste mais preciso é chamado topografia da córnea, o que cria um mapa da curva da córnea.

A biomicroscopia da córnea pode diagnosticar a doença nas fases posteriores.   

Um teste chamado paquimetria podem ser usados ​​para medir a espessura da córnea.

Tratamento
Lentes de contato são o principal tratamento para a maioria dos pacientes com ceratocone. Usar óculos de sol ao ar livre depois de ter sido diagnosticado ajuda a retardar ou impedir que a doença se agrave. Durante muitos anos, o único tratamento cirúrgico tem sido o transplante de córnea .

As seguintes tecnologias mais recentes podem atrasar ou evitar a necessidade de transplante de córnea:

Energia de rádio de alta freqüência (ceratoplastia condutiva) para alterar a forma da córnea para lentes de contato funcionam melhor. Implantes de córnea chamado segmentos de anel intracorneais para mudar a forma da córnea para lentes de contato funcionam melhor. Um tratamento experimental chamado córnea reticulação faz com que a córnea se torne difícil e pára a condição se agrave. A córnea pode ser reformulado com a correção da visão a laser.

Expectativas (prognóstico)
Na maioria dos casos, a visão pode ser corrigida com lentes de contacto rígidas permeáveis ​​a gás.

Se o transplante de córnea for necessário, os resultados são geralmente bons. O período de recuperação pode ser longa, e os pacientes muitas vezes ainda precisam de lentes de contato.

Possíveis complicações
Existe o risco de rejeição após o transplante de córnea, mas o risco é muito menor do que com outros transplantes de órgãos.

Quando em contato com um profissional médico
Os jovens, cuja visão não pode ser corrigida para 20/20 com os óculos devem ser avaliados por um oftalmologista experiente em ceratocone. Pais com ceratocone devem considerar ter o seu filho ou crianças triadas para a doença a partir de 10 anos de idade.

Prevenção
Não existem medidas preventivas. Alguns especialistas acreditam que os pacientes com ceratocone devem ter as suas alergias oculares agressivamente tratadas e devem ser instruídos para não esfregar os olhos.

Referências
Jain A, Paulus YM, Cockerham GC, Kenyon KR. Ceratocone e outras doenças corneanas desbaste não-inflamatórias. In: Tasman W, Jaeger EA, eds. Oftalmologia do Duane . 19 ed. Filadélfia, PA: Lippincott Williams & Wilkins, 2009: cap 16C.

Açúcar J, Wadia HP. Ceratocone e outras ectasias. In: Yanoff M, Duker JS, eds. Oftalmologia . 3rd ed. St. Louis, Mo: Mosby Elsevier, 2008: cap 4.18.

Dahl BJ, Spotts E, Truong JQ. Corneal cross-linking de colágeno:. Uma introdução e revisão da literatura Optometria . 2012 Jan; 83 (1) :33-42.

Cuidados antes da cirurgia

Cuidados antes da cirurgia (pré-operatorio)

Cuidados depois da cirurgia


Cuidados depois da cirurgia (pós-operatório)

O que é ceratocone

Ceratocone é uma doença não-inflamatória degenerativa do olho na qual as mudanças estruturais nas fibras do colágeno da córnea a tornam mais fina e a modificam para um formato mais cônico (ectasia) que a sua curva gradual normal. O ceratocone pode causar distorção substancial da visão, com múltiplas imagens, raios e sensibilidade à luz sendo frequentemente relatados pelos pacientes. Ceratocone é a distrofia mais comum da córnea, afetando uma pessoa a cada mil, parecendo ocorrer em populações em todo o mundo, embora alguns grupos étnicos apresentam uma prevalência maior que outros. Geralmente é diagnosticado em pacientes adolescentes e apresenta seu estado mais grave na segunda e terceira década de vida. 

No início, a correção visual do ceratocone é feita com óculos que geralmente proporcionam uma acuidade visual satisfatória para o paciente. Na medida em que ocorrem períodos de evolução, a necessidade de atualizar receitas de óculos se torna mais freqüente, geralmente é nesta fase que o problema é detectado, pois no início é mais difícil a sua confirmação. Hoje em dia é possível ter mais precisão no diagnóstico do ceratocone com as videoceratoscopias (chamadas também de topografia de córnea) embora as vezes mesmo estes exames muito sofisticados possam ter o diagnóstico de "provável ectasia corneana ou ceratocone.

O que é o Queratocone?

O Queratocone é um distúrbio ocular degenerativo, que implica modificações estruturais importantes da Córnea. O nome Queratocone advém do Grego Kerato – Córnea , Conus – Cone , por isso, Córnea cónica, a estrutura assume uma protuberância normalmente central/inferior, e que clinicamente é designada por ectasia. No Queratocone, embora um dos olhos apresenta uma maior saliência, maioritariamente o olho esquerdo, ambos os olhos são acometidos pelo distúrbio. Não existe total consenso sobre a sua causa, embora a maioria dos estudos referem uma relação de Hereditariedade. 

 Como resultado do seu aparecimento, a córnea apresenta uma redução significativa da sua espessura no ponto central da protuberância, e a medida que progredi induz uma importante distorção de imagem, quantificada através de Astigmatismo e Miopia associados. A correcção inicial é efectuada através de óculos, embora os resultados alcançados com lentes de contacto sejam mais favoráveis. As lentes de contacto permeáveis aos gases, também designadas semi-rígidas, são de primeira eleição para a correcção do estado refractivo do paciente. Estas lentes devem encaixar totalmente sobre o apéx do cone, para não danificá-lo e também, apresentar estabilidade na porção restante da córnea. 

O excesso de movimento da lente, normalmente associado a má relação existente entre a periferia da córnea e as curvas da lente, induz a sensação de corpo estranho e a rejeição do paciente a adaptação. Uma vez bem adaptada, o somatório, córnea, lágrima existente por debaixo da lente e lente, dão origem a uma nova estrutura solidária e regular, que corrige o erro refractivo ocular existente e o paciente sente-se confortável. Por isso, se apresentar dificuldade de adaptação a sua lente, isto pode significar uma adaptação inadequada. Hoje, no Centro Ortoqueratológico, adaptamos lentes propositadamente desenhadas com base na curvatura periférica corneal apresentada pelo paciente, isto, só é possível através da Queratoscopia Computorizada, que permite obter um mapa da provável curvatura corneal do paciente. 

Com este tipo de lente conseguimos elevar o número de adaptações com sucesso e reduzir o número de visitas para adaptação. Contudo, existem pacientes mais sensíveis que optam pela nossa lente hidrófila para queratocone, normalmente são pacientes que não se adaptaram as lentes semi-rígidas e que inclusive, estão traumatizados pela experiência negativa passada com lentes de contacto. A adaptação destas lentes é praticamente imediata, bem como, a recuperação da visão. Estas lentes são hidrófilas e em nada se assemelham as Híbridas que possuem uma zona central permeável aos gases ou semi-rígida e parte periférica hidrófila. Por fim, existe também a possibilidade de adaptamos lentes permeáveis aos gases ou semi-rígidas, do tipo semi-escleral ou escleral, falamos de lentes de diâmetro compreendido entre os 15 e 18 mm, para os casos em que existe algum grau de olho seco associado ao problema. 

 Quando as etapas anteriores falham, resta como alternativa para o queratocone o implante de segmentos semi-circulares de PMMA, designado INTACS ou também Anéis de Ferrara. O objectivo é recuperar a acuidade visual do paciente através das modificações corneais de aplanação e de aumento de espessura central e se caso o resultado seja limitado, permita o uso de óculos ou lentes de contacto para o seu aperfeiçoamento. Contudo, pode não impedir o transplante de córnea, última fase do processo evolutivo da doença. O Queratocone surge habitualmente na adolescência e estabiliza entre a terceira e quarta década de vida. 

Retirado daqui

O que é o Queratocone?

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Transplante de Córnea à Laser

Transplante de córnea realizado por um Laser com pulsos de energia de curta duração e altíssima velocidade (Femtosegundo).

Observou-se uma importante evolução nos lasers de femtossegundo, o que se reflete na taxa de repetição, no controle da energia e na capacidade de programar cortes de forma mais versátil na córnea, permitindo maior precisão na incisão corneana, pois utiliza o laser ao invés de lâminas, e aumenta a segurança do procedimento.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Cirurgias para Ceratocone - Implante de Segmento(s) de Anel intracorneano:


Segundo o especialista Dr. Gustavo Bonfadini, “Quando os óculos e a nova geração de lentes não são bem aceitos pelo paciente, uma boa opção para o tratamento do Ceratonone, os anéis intra-corneanos são indicados para restaurar a asfericidade da córnea, ou seja, o seu aplanamento.”

O anel intracorneano para Ceratocone ou anel intraestromal é um pequeno segmento semi-circular, implantado na córnea para corrigir a visão em pacientes com astigmatismo. O objetivo é causar um aplanamento da córnea mudando a refração. A cirurgia é rápida e indolor, permitindo assim uma recuperação rápida e a volta do paciente ás atividades normais em pouco tempo.

Conforme explicado pelo Diretor do Banco de Olhos do Rio de Janeiro (INTO), Dr. Gustavo Bonfadini, atualmente este procedimento já pode ser realizado por meio de um Laser de Femtosegundo. Com o uso do Laser, não há corte com bisturi, fazendo com que a incisão seja criada a partir de uma fotodisrupção (separação virtual) das lamelas da córnea, confeccionando assim um túnel na córnea exatamente conforme planejado pelo cirurgião, conferindo uma maior previsibilidade e eficiência na cirurgia.

O procedimento, realizado em centro cirúrgico com anestesia local (anestesia com uso de colírio), oferece o benefício de ser reversível e potencialmente substituível, uma vez que não envolve a remoção de tecido ocular.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

O que é?


Ceratocone é uma ectasia corneana não inflamatória e auto-limitada, caracterizada por um afinamento progressivo da porção central da córnea. À medida que a córnea vai se tornando afinada o paciente percebe uma baixa da acuidade visual, a qual pode ser moderada ou severa, dependendo da quantidade do tecido corneano afetado.

O que é ceratocone?

Ceratocone (do Grego: kerato- chifre, córnea; e konos cone), é uma doença não-inflamatória degenerativa do olho na qual as mudanças estruturais na córnea a tornam mais fina e a modificam para um formato mais cônico (ectasia) que a sua curva gradual normal. O ceratocone pode causar distorção substancial da visão, com múltiplas imagens, raios e sensibilidade à luz sendo frequentemente relatados pelos pacientes. Ceratocone é a distrofia mais comum da córnea, afetando uma pessoa a cada mil, parecendo ocorrer em populações em todo o mundo, embora alguns grupos étnicos apresentam uma prevalência maior que outros. Geralmente é diagnosticado em pacientes adolescentes e apresenta seu estado mais grave na segunda e terceira década de vida.

Queratocone



Desenvolvimento anormal de ambas as córneas, que apresentam formas cônicas, principalmente nas partes centrais, desenvolvendo-se sem sintomas de inflamação. 

Terapias: uso de óculos com lentes fortemente tóricas, lentes de contato rígidas, perfurações no ápice corneano, enxertos de camada na córnea, transplantes são indicados quando a acuidade visual com lente de contato está menor a ponto de interferir nas atividades normais do indivíduo.

O que é o Queratocone?


O queratocone é uma ectasia não inflamatória, auto-limitativa, da parte axial da córnea, que se caracteriza por adelgaçamento progressivo e encurtamento da córnea central. À medida que a córnea fica mais fina e encurvada, o paciente sobre diminuição de visão, moderada ou grave, consoante a extensão do tecido da córnea afectado. Tipicamente, a perda de visão pode ser corrigida, numa fase inicial, com óculos; mais tarde, o astigmatismo irregular requer a adaptação de lentes de contacto rígidas . As lentes de contacto proporcionam uma superfície de refracção uniforme, pelo que melhoram a a acuidade visual.

Quando o queratocone é diagnosticado pela primeira vez:

• As lentes de contacto acabarão por ser necessárias

• Cerca de 20% dos doentes acabam por necessitar da cirurgia da córnea

• A córnea pode fazer cicatrizes, mesmo usando lentes de contacto.

• O prognóstico é imprevisível e a evolução variável.

• A doença não provoca cegueira, mas pode comprometer a qualidade de vida, apesar de o paciente com queratocone, normalmente poder continuar a ler e a conduzir.

A incidência de queratocone na população geral é de 0.15% a 0.6%. o aparecimento do queratocone ocorre na adolescência - a idade média para o seu aparecimento é de dezasseis anos - mas existem casos em que o seu aparecimento ocorreu aos seis anos. O queratocone raramente se desenvolve depois dos trinta anos e é igualmente preponderante nos dois sexos, sendo na maioria dos casos bilaterais (nos dois olhos). Regra geral a patologia desenvolve-se assimetricamente; o seu diagnóstico no segundo olho tem lugar cerca de cinco anos depois do diagnóstico no primeiro. O processo da doença mantém-se activa durante cerca de 5 a 7 anos, podendo vir a estabilizar por muitos anos. Durante a fase activa, a alteração pode ser rápida; poderá haver necessidade de readaptar as lentes de contacto com uma periodicidade de 3 a 4 meses. A gravidez pode activar o processo da doença

O que é o Queratocone?

Queratocone consiste numa ectasia corneana não inflamatória e auto-limitada, caracterizada por um afinamento progressivo da porção central da córnea. À medida que a córnea se vai tornando afinada o paciente começa a ter uma redução da acuidade visual, a qual pode ser moderada ou severa, dependendo da quantidade do tecido corneano afectado.

O queratocone é dificilmente sentido pelas pessoas, pois este inicia-se, insidiosamente, como uma miopização e astigmatismo no olho. Esta patologia ocular pode evoluir rapidamente, ou, em outros casos, demorar alguns anos até o respectivo desenvolvimento. Esta doença pode afectar severamente a nossa forma de perceber o mundo, incluindo tarefas simples, como a condução de veículos, a observação das imagens de televisão ou até mesmo a leitura de um livro.

O queratocone tem o seu início, na sua generalidade, durante o período da adolescência, normalmente por volta dos 16 anos de idade, embora existam casos em que o mesmo se iniciou aos 6 anos de idade. É facto raro o seu desenvolvimento após os 30 anos de idade. O queratocone afecta homens e mulheres em igual proporção, e, em 90% dos casos, afecta ambos os olhos. Na sua maioria, a doença desenvolve-se assimetricamente: o diagnóstico da doença no segundo olho ocorre cerca de 5 anos após o diagnóstico do primeiro olho. A doença progride activamente durante um período entre 5 a 10 anos, podendo, todavia, estabilizar-se por muitos anos. Note-se que, durante o estágio activo, as mudanças poderão ser rápidas.
Quando estamos perante um estágio precoce da doença. A perda de visão poderá ser corrigida através da utilização de óculos: mais tarde o astigmatismo irregular requer correcção óptica através do uso de lentes de contacto rígidas. De facto, as lentes de contacto rígidas promovem uma superfície de refracção uniforme e, para além do mais, melhoram a visão.

O exame oftalmológico deverá ser realizado anualmente ou até mesmo durante um período inferior, e mais frequente, por forma a monitorar a progressão da doença.

Embora muitas pessoas afectadas por queratocones possam manter os hábitos de condução e leitura, o certo é que muitas sentirão uma perda da qualidade de vida, a qual é adversamente afectada.

Como é diagnosticado o queratocone?
A identificação de um queratocone moderado ou avançado é razoavelmente fácil. No entanto, importa referir que o diagnóstico de queratocone nas suas fases iniciais torna-se mais difícil, requerendo uma cuidadosa análise da história clínica do paciente, medições da acuidade visual e refracção, e ainda exames complementares realizados por instrumentação especializada. Na sua generalidade, os pacientes com queratocone têm modificações frequentes nas prescrições dos seus óculos, durante um curto período de tempo e, alem disso, os óculos já não fornecem uma correcção visual satisfatória. As refracções são também frequentemente variáveis e inconsistentes.

Os pacientes com queratocones relatam, frequentemente, situações de diplopia (visão dupla) ou poliopia (visão de vários objectos) no olho afectado, e queixam-se de visão distorcida e “enevoada” não só para a visão ao longe, mas também para a visão ao perto. Alguns referem a existência de halos nos contornos das luzes, bem como fotofobia (sensibilidade anormal à luz).

A identificação de um queratocone moderado ou avançado é razoavelmente fácil. No entanto, importa referir que o diagnóstico de queratocone nas suas fases iniciais torna-se mais difícil, requerendo uma cuidadosa análise da história clínica do paciente, medições da acuidade visual e refracção, e ainda exames complementares realizados por instrumentação especializada. Na sua generalidade, os pacientes com queratocone têm modificações frequentes nas prescrições dos seus óculos, durante um curto período de tempo e, alem disso, os óculos já não fornecem uma correcção visual satisfatória. As refracções são também frequentemente variáveis e inconsistentes.

Muitos sinais objetivos estão presentes no queratocone. A retinoscopia mostra reflexo “em tesoura”. Com o uso do oftalmoscópio direto percebe-se um sombreamento. O queratômetro também auxilia no diagnóstico. Os achados queratométricos iniciais são ausência de paralelismo e inclinação das miras. Estes achados podem ser facilmente confundidos nos casos de queratocone incipiente.

A redução da acuidade visual em um olho, devido à doença assimétrica no outro olho, pode ser um indício precoce de queratocone. Este sinal é frequentemente associado com astigmatismo oblíquo.

A topografia corneana computadorizada ou fotoceratoscopia pode fornecer um exame mais acurado da córnea e mostrar irregularidades de qualquer área da córnea. O queratocone pode resultar em um mapa corneano extremamente complexo e irregular, tipicamente mostrando áreas de irregularidades inferiormente em forma de cone, o qual pode assumir diferentes formas e tamanhos.

O diagnóstico de queratocone também pode ser feito através do biomicroscópio ou lâmpada de fenda.

Através deste instrumento o médico poderá observar muitos dos sinais clássicos do queratocone:
• Anéis de Fleischer: anel de coloração amarelo-amarronzada a verde-oliva, composto de hemossiderina depositada profundamente no epitélio circundando a base do cone.

• Linhas de Vogt: são pequenas estrias semelhantes a cerdas de pincel, geralmente verticais embora possam ser oblíquas, localizadas na profundidade do estroma corneano.

• Afinamento corneano: um dos critérios propostos para o diagnóstico de queratocone é o afinamento corneano significante maior que 1/5 da espessura da córnea. À medida que a doença progride o cone é deslocado inferiormente. O ápice do cone é geralmente a área mais afinada.

• Cicatrizes corneanas: geralmente não são vistas precocemente, porém com a progressão da doença ocorre ruptura da membrana de Bowman, a qual separa o epitélio do estroma corneano. Opacidades profundas da córnea não são incomuns no queratocone.

• Manchas em redemoinho: podem ocorrer naqueles pacientes que nunca tenham usado lentes de contato.

• Hidropsia: ocorre geralmente nos casos avançados, quando há ruptura da membrana de Descemet e o humor aquoso flui para dentro da córnea tornando-a edemaciada. Quando isso ocorre o paciente relata perda visual aguda e nota-se um ponto esbranquiçado na córnea. Hidropsia causa edema e opacificação. Caso a membrana de Descemet se regenere o edema e a opacificação diminuem. Pacientes com síndrome de Down têm maior incidência de hidropsia. O acto de coçar e friccionar os olhos deve ser evitado nestes pacientes.

• Sinal de Munson: este sinal ocorre no queratocone avançado quando a córnea protui o suficiente para angular a pálpebra inferior quando o paciente olha para baixo.

• Reflexo luminoso de Ruzutti: um reflexo luminoso projetado do lado temporal será deslocado além do sulco limbar nasal quando um alto astigmatismo e córnea cônica estão presentes.

• Pressão Intra-ocular reduzida: uma baixa pressão intra-ocular geralmente é encontrada como resultado do afinamento corneano e/ou redução da rigidez escleral.

Como se classifica o queratocone?
• Baseado na severidade da curvatura:
- Discreto: 45 dioptrias em ambos os meridianos.
- Moderado: entre 45 a 52 dioptrias em ambos os meridianos.
- Avançado: > 52 dioptrias em ambos os meridianos.
- Severo: > 62 dioptrias em ambos os meridianos.

• Baseado na forma do cone:
- Pequeno monte: forma arredondada, com diâmetro pequeno em torno de 5 mm.
- Oval: geralmente deslocado inferiormente, com diâmetro > 5 mm. É o tipo mais comumente encontrado no exame de topografia corneana.
- Globoso: quando 75 % da córnea está afetada, possui diâmetro maior que 6 mm. É também chamado queratoglobo, e é o tipo mais difícil para se adaptar lentes de contato.



Quais são as opções de tratamento disponíveis para o queratocone ?

O tratamento do queratocone depende da severidade da condição.

1. Correção óptica

Inicialmente, os óculos corrigem satisfatoriamente a miopia e astigmatismo. Entretanto, à medida que a doença progride a visão não é mais adequadamente corrigida e requer o uso de lentes de contato rígidas para promover o aplanamento corneano e fornecer uma visão satisfatória. Tardiamente, quando as lentes de contato não fornecem boa visão ou há intolerância ao uso das lentes de contato, está indicado o transplante de córnea.

2. Tratamentos cirúrgicos

Vários tipos de tratamentos cirúrgicos têm sido propostos para casos de queratocone:
• Queratoplastia penetrante: o transplante de córnea é o tratamento mais comumente realizado. Neste procedimento a córnea com queratocone é removida e então a córnea do doador é recolocada e suturada no receptor. Lentes de contato são geralmente necessárias para fornecer uma melhor acuidade visual.

• Queratoplastia lamelar: a córnea é removida na profundidade do estroma posterior, e um botão de córnea doada é suturado no local. Tal técnica é mais difícil de ser executada e a acuidade visual é inferior àquela obtida com a ceratoplastia penetrante. As desvantagens da técnica incluem vascularização e embaçamento do enxerto.

• Excimer laser: recentemente este laser tem sido usado em situações específicas com algum sucesso na remoção de placas de córnea central. Contudo o LASIK é ainda um procedimento experimental e não está claro se é apropriado para o tratamento do queratocone.


O Queratocone


O Queratocone é uma doença que enfraquece a córnea e, desse modo, causa um adelgaçamento da mesma. A pressão intraocular actuando sob esta córnea fina e enfranquecida causa o aumento da sua curvatura de uma forma irregular.
No Queratocone, a córnea assume uma curvatura aumentada (imagem à direita)



Esta alteração da forma da córnea causa níveis elevados de miopia e astigmatismo que, embora nas fases iniciais possam ser corrigidas por óculos ou lentes de contacto (mais frequentemente rígidas), nas fases tardias podem não ser susceptíveis de correção por estes meios e exigir tratamentos para fortalecimento da córnea como a aplicação cirúrgica de anéis intracorneanos ou a aplicação de medicação que, sob o efeito de uma luz especial (ultravioleta), consegue fortalecer a córnea e impedir o agravamento do queratocone (Cross-linking).
Em casos limite, aconselha-se o transplante de córnea, quer total (Queratoplastia Penetrante) quer parcial (Queatoplastia lamelar anterior, ou DALK).
O Queratocone é uma doença com uma componente genética importante, pelo que se aconselha a observação dos familiares.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Implante de Lente Intraocular (LIO) Fácica

O implante de Lente Intraocular Fácica está indicado para para tratamento do grau elevado de um olho (refrativo), por exemplo: alta miopia e/ou astigmatismo. Esta cirurgia está classicamente indicada em casos de anisometropia (grande diferença de grau entre os olhos), mas pode ser realizada como alternativa a correção por óculos e lentes de contato de forma eletiva (opcional).